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Escrita psicanalítica. O que seria?

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*Cintia Buschinelli

Antes de nos aventurarmos em uma resposta a essa pergunta, não podemos deixar de pensar se uma definição da escrita psicanalítica não poderia mais afastar do que nos aproximar dela.

Não é segredo que a psicanálise não é dada a definições rígidas, muito menos a conceitos normativos. Os alicerces psicanalíticos construídos, desde Freud, têm uma estrutura sólida, mas não rígida.

E a escrita, como meio de expressão do pensamento psicanalítico, não poderia ser constituída de matéria-prima diferente do conteúdo que ela expressa. Ela, portanto, é fluida, maleável e forte.

Podemos imaginar nossa teoria constituída de material semelhante à dos edifícios erguidos para enfrentar as intempéries da natureza e dos desmandos humanos. Aqueles que não desabam com facilidade, pois acompanham os movimentos geológicos dos terrenos, suportam os tremores, ou os terrores que a diversidade ideológica humana pode ser capaz de provocar.

Assim, não custa reafirmar que rigidez não é qualidade da psicanálise, solidez, sim. E sua escrita segue esse mesmo “protocolo”.

Portanto, para mergulharmos nas águas psicanalíticas da escrita, ao procurar no fundo de seus mares seus corais, cavernas, algas, relevos e correntes marítimas,  precisamos estar com nossa roupa apropriada, ou seja, nossas teorias e técnicas escolhidas , modeladas ao nosso corpo, aquela que foi feita  para nadarmos com liberdade por essas águas tão apreciadas por nós.

Confira a entrevista com Marcia Vinci, que fez a conferência de encerramento do I Encontro de Escrita, promovido pela Sociedade Brasileira nos dias 8 e 9 de junho.

 

 

 

 

Cintia Buschinelli é membro associado da SBPSP, editora da revista Ide (2010/2012). Recebeu o prêmio Fepal 2002 com o artigo “Interpretação Psicanalítica: uma Composição Dodecafônica”.

 



Comentários

One reply on “Escrita psicanalítica. O que seria?”

Marcia Drehmer de Mello e Silva disse:

Lindo texto. Fluido, maleável e forte.

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