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A fronteira entre a internação compulsória e a involuntária

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A Sociedade Brasileira de Psicanálise colabora com a revista Psique.

 

Abaixo, trechos do artigo de Gustavo Gil Alarcão* para revista Psique nº 139, de setembro de 2017

 

“A internação voluntária, involuntária ou compulsória é sempre insuficiente no laborioso trabalho de integração psíquica que precisa, necessariamente, ocorrer em cada um, o que não retira completamente o valor dessa prática”.

 

“Pode ser chocante imaginar alguém enraizado em um mundo muito diferente do meu e daquele que idealizo como bom. Pode ser impactante imaginar que alguém encontre seu lugar no mundo que parece degradado, violento, insensível. A questão que se coloca é: como compreender esse processo para cada pessoa?”

 

“Com prática da internação, o mal, que antes era exorcizado, hoje foi deslocado para a noção de gravidade, de agravo à vida. Em Medicina qualquer noção de gravidade significa o risco de perder a vida, logo se cria um estado de emergência. Nesse contexto praticamente qualquer ato está naturalmente autorizado, já que ele se coloca como um ato de proteção da vida, um ato de legítima defesa da vida. A Medicina contemporânea usa e abusa dessa noção para se consolidar como o campo de discursos sobre a vida. (…) No campo da construção da subjetividade e, portanto, das autonomias, os estados de emergência dificultam muito o desenvolvimento do pensamento e da reflexão”.

 

Gustavo Gil Alarcão, membro filiado ao Instituto de Psicanálise SBPSP, psiquiatra Colaborador do Serviço de Psiquiatria IPQ HC FMUSP e Doutorando Departamento de Medicina Preventiva FMUSP.

 

 



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